Criminosos mostram dezenas de fuzis para policiais federais e PMs que buscavam carga roubada em São Gonçalo, com o recado: ‘Entra aqui para buscar’
Um caminhão com uma carga de aparelhos de ar-condicionado, avaliada em 300 000 reais, foi roubado em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro, na terça-feira. Sem seguro da mercadoria, um agente da Polícia Federal foi até o Complexo do Salgueiro tentar recuperá-la. E pediu que o recado aos criminosos fosse levado por um mototaxista. A resposta dos traficantes veio em tom ameaçador: fizeram o motoboy fotografar um verdadeiro arsenal (é possível contar pelo menos 20 fuzis, de diferentes modelos e calibres) e mostrar para o agente, que contava com apoio da Polícia Militar: “Entra aqui para buscar a carga”, disseram os traficantes.
O recado tinha como objetivo evitar um confronto intenso, que deixaria a população local sob fogo cruzado. Pois foi o que aconteceu. Em seguida, homens do 7º Batalhão de Polícia Militar (Alcântara) fizeram uma operação para tentar recuperar a mercadoria. O tiroteio durou mais de uma hora e, ao final, os policiais não conseguiram encontrar a carga. Para piorar, um dos vidros do veículo blindado ficou bastante destruído em razão da quantidade de tiros. Ninguém ficou ferido.
O audacioso desafiante foi o traficante Thomás Jhayson Vieira Gomes, o Neném ou 2N, uma das lideranças do tráfico no Complexo do Salgueiro, região que tornou-se um dos principais bunkers da facção Comando Vermelho: “É uma favela que concentra bandidos de várias regiões do Rio de Janeiro hoje, inclusive pela dificuldade que a polícia tem de atuar. Qualquer ação ali dentro precisa ser planejada, já que o confronto será intenso, em virtude do armamento pesado que eles têm em mãos”, afirma o delegado Marcus Vinícius Amim, da Delegacia de Homicídios Niterói-São Gonçalo.
Saque
Já na zona oeste do Rio, bandidos roubaram um caminhão de bebidas em Jacarepaguá e levaram o material para dentro da Cidade de Deus, favela que conta com uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) há sete anos. Fotos publicadas nas redes sociais mostram a população – inclusive crianças – saqueando a carga.
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