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Primeiro turno pífio, instabilidade e ilusão: como o Vasco se tornou o 'maior' rebaixado

Martín Silva, no empate do Vasco com o Coritiba na última rodada do Brasileiro© Gazeta Press Martín Silva, no empate do Vasco com o Coritiba na última rodada do Brasileiro
O Vasco caiu. Pela terceira vez em apenas oito anos, o clube cruz-maltino ignorou as suas tradições e passou pelo vexame do rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro. Muitos fatores explicam o desastre que tornaram o Gigante da Colina o ‘maior' rebaixado da Era dos pontos corridos ao lado do Vitória e a maior vítima de quedas entre aquele considerados ‘grandes'.
Fora o Vasco, somente o Fluminense passou por três rebaixamentos dentro de campo - um deles para a Série C. Entretanto, em 2013, a queda para a Série B acabou anulada por decisão do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva); na época, a Portuguesa escalou o meia Heverton irregularmente, perdeu quatro pontos e tomou o lugar do rival tricolor na zona da degola.
A decisão favorável do tribunal para o Fluminense há dois anos e a queda deste domingo torna o Vasco, com três rebaixamentos finais à Série B, o líder neste ranking negativo entre os ‘doze grandes' clubes brasileiros. Somente Botafogo, Palmeiras e Grêmio também caíram mais de uma vez - Corinthians e Atlético-MG, com uma queda, completam o grupo daqueles que já passaram por esse vexame.
Muitas são as explicações pelo novo vexame vascaíno. A começar pela ilusão criada pelo título do Campeonato Carioca. Somente o Atlético-MG, dos vencedores de estaduais - levantou o troféu em Minas Gerais -, alcançou algo neste Brasileiro; no caso dos mineiros, a vaga na Libertadores.
A diferença técnica do Carioca em relação à primeira divisão nacional se tornou evidente logo no princípio. O primeiro turno, apontado por grande parte do elenco vascaíno como o ‘vilão' do rebaixamento, foi pífio, para se dizer o mínimo. Nos 19 primeiros jogos, o clube de São Januário somou míseros 13 pontos - no returno foram 28, número que deixou o time com a nona colocação na segunda metade do campeonato.
O começo vexatório resultou em uma instabilidade típica de clubes que brigam na parte baixa da tabela. Somente em 38 rodadas de campeonato, o Vasco contou com três treinadores. Doriva, campeão carioca, caiu somente depois de oito confrontos. Celso Roth durou mais onze, enquanto Jorginho comandou o clube no returno, justamente a época de reação pelos lados de São Januário.
Apesar do gás final sob o comando do tetracampeão mundial, os números evidenciam o ‘merecimento' do rebaixamento vascaíno. O Gigante da Colina permaneceu 14 rodadas na lanterna - somente o último colocado, Joinville, ficou mais tempo na parte mais baixa da tabela (20 jornadas).
Das 38 jornadas de Campeonato Brasileiro de 2015, o Vasco permaneceu 35 delas dentro da zona de rebaixamento, muito em virtude do péssimo sistema defensivo; o time alvinegro sofreu 54 gols e terminou com a segunda pior defesa - o Avaí liderou este quesito negativo com 60 tentos contra neste ano.
Para fechar os números que explicam a queda vascaína está o ‘fator casa'. Quinto melhor visitante com 35,19 % dos pontos ao lado de Palmeiras e Cruzeiro, o Vasco encerra 2015 como o pior mandante do campeonato.
Em 19 jogos diante do seu torcedor, o time de São Januário venceu apenas 36,84% dos pontos disputados. Comparando com outros clubes rebaixados, até o lanterna Joinville superou o Vasco de longe neste quesito ao alcançar 46,3% de aproveitamento na Arena Joinville.
Desta forma, os números e a instabilidade no clube - fruto da constante troca de treinadores - depois do título estadual bastam para resumir a péssima campanha, que resulta na terceira queda vascaína. Ficam as lições para 2016. 

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